Verdades absolutas do Ratochino ... Os dias de opinião.

Há um  rei a morar no umbigo, que se lembra de gritar ideais ao sabor do que vive.
Alimenta-se de confirmações e ideias, como se fosse um passeio pelas montras. Com este senhor isolado, cria e define-se quem é. 
No nosso crescimento somos convergentes, aprendemos como estar, agir e ser. Contudo, na definição da nossa personalidade podemos continuar a ser convergentes, ou pensar lateralmente, divergentemente. A divergência faz a mudança. 
Mas não basta ser diferente, apesar de só por isso já chamar atenção. É necessário contruirmos a nossa opinião com o que nos rodeia. Vendo, lendo, consumindo, imitando, fugindo, pensando. Já me dizia o Sr. Aguiar, não basta gostar para justificar, não basta sentir. Os nosso sentidos são portas de entrada para a nossa construcção e experiência, mas não são gatekeepers que filtram a nossa opinião.
Mas afinal o que é isso da opinião? Será que ideias disparatadas constroem uma opinião, ou será que a justificação em excesso também a constroi? Será um ser opinador inato? Será uma aprendizagem? Alguém sabe tudo? Quem é o juíz nesta questão do opinar?
Ninguém nunca vai saber tudo de tudo, nem provavelmente a Wikipedia, pois existem factores determinantes ao saber. Um deles é a cultura, outro a apetência, o desejo, a latência, a carência, a necessidade... todos dependem exclusivamente de um factor, a experiência. Seja esta a experiência do viver ou a experiência do observar. 
Podemos entar concluir, com um silogismo simples digno de um processo simplificado e justificado de contrucção de uma opinião, que só opinamos se experimentamos.
Não existem garantias de correcção nem de compreensão, não há forma de garantir que podemos assumidamente ter a perspectiva correcta sobre determinado assunto, podemos sim ter uma aparente (quase alegórica) ideia de saber.
A segurança é dos factores mais determinantes na opinião. Só a segurança permite construir uma opinião que se torna uma forma de vida. Com insegurança temos opiniões caladas, opiniões vincadas e opiniões surdas. Quando não vivemos o que opinamos não somos capazes de evoluir. E a evolução é crescimento, e o crescimento é vida e a vida é o único factor verdadeiramente universal.
Como força motriz, a nossa opinião influencia, dá pistas, guia coisas e pessoas com que nos relacionamos, e damos graças à nossa capacidade de crescer.
Ser Português é saber ser, estar e agir. 

Viva a tríade pedagógica.

P.S. Os líderes de opinião não são chefes das ideias, mas sim motivadores de manadas.

2 comentários:

Susie Mary disse...

Uma opinião é exactamente isso - uma opinião. è uma pequena contribuição de uma perspectiva, de uma parte da imensa realidade. Criar teorias explicativas seja do que for basedas em opiniões valem muito pouco, e são estupidamente confortávies afectivamente, porque são sobretudo circulares e servem para justificar a primeira das opiniões que nos parecia lógica e rzoável. O problema maior deste movimentos opinativos circulares é que~são muito dificeis de abandonar,por teimosia ou pura burrice, o então pelos imensos medos que nos acompanham. Ninguém vive sem experimentar, e sem construir o cenário da sua experiência. É qualquer coisa como falar de sexo sem nunca ter experimentado, não importa se foi bom ou mau o que importa é o que aconteceu. Essa é outra característica dos seres fundamentados em argumentos opininativos - criam expressões valorativas das experiências que os outros viveram, sem serem capazes se se por no papel do outro. Pôr-se no papel do outro é uma coisa que só se conseguem experimentando e fazendo e sobretudo experimentando-nos a nós próprios, sem medo do que podemos descobrir acerca de nós.
As opiniões vaem o que valem, que é exactamente o valor que alguém lhes atribui.

Má ideia! disse...

ó rato, mas as opiniões não são como as vaginas?