O Self como estratégia em Design

Metodologicamente o design torna-se, na maioria dos casos, subjectivo. Temos estratégias de tentativa erro, estudos preliminares, investigações e expressões. Contudo podemos afirmar que quase todos os métodos passam pela selecção subjectiva de critérios aparentemente justificados.
O design seria na sua essência, uma resposta objectiva e clara a uma necessidade, onde a expressão teria a mesma importância que qualquer outro elemento inerente ao projecto.

Podemos dizer que o design é um retrato das opções feitas pelo autor. Então a autoria do design passa a ter a mesma importância que tem nas artes plásticas. Se o método não é uma justificação, per si, da separação entre a coisa e o autor em design, há que procurar a sua motivação. O objecto do design é a satisfação de uma necessidade (de comunicação, simbólica, técnica, tecnológica, etc) se a necessidade de contemplação for o mote do projecto estamos portanto na criação de uma imitação da resposta das artes plásticas. O design muta-se para uma arte disfarçada.

As necessidades de expressão subjectiva em projectos de design, pode ser referida como estratégia do self. Onde por vivência o autor transpira para o seu objecto quem é. Alguns resultados são brilhantes como crítica, solução ou perspectiva, mas também aparecem objectos sem função, estéticas não simbólicas e símbolos não universais.

Contudo o resultado final é um retrato do autor.

Não se questiona a validade de estratégias em design, pois não sendo uma ciência, onde podemos nos certificar que o resultado é válido ou não antes de agir, o design tem por definição o artesão, o autor, e a sua expressão. Então partir para fundamentalismos de neutralidade de autoria torna-se a confirmação da necessidade de aparecimento de autor.

Como todas as estratégias, a estratégia do self, passa sempre por pontos de verificação. Sendo estes; a certeza da mensagem, o objectivo do propósito, o conceito, a pertinência e o público. Se algum destes pontos de verificação falhar estamos perante exercícios plásticos, simbólicos, técnicos, de marketing, etc.. mas não estamos perante design.

3 comentários:

Anónimo disse...

parece que o arlindo voltou.

http://queridoarlindo.blogspot.com/

Abraço.

Má ideia! disse...

A expressão, em design, é clandestina, aparece sim, a expressão da expressão: a representação, resultado do quê? Do esforço voluntário de anular a peça unica (uma dedada na pintura dum ferrari: uma dedada, não o stencil duma dedada. E uma dedada com um purpose claro, como esta mesma a ilustrar um comentário, e não outra, acidental)
Uma pergunta ao self: o que é o “espanto” para o self? (os pontos de verificação são o pão-nosso do obcessivo, amen)
amo-te!

de cor disse...

uma sensação de reverberação...