Quando tinha uns 12 anos e tentava imitar os croquis dos "estiwistas" (da pior maneira), decidi criar um visual numa senhora que se passeava em frente de montras. Estava mais preocupado com a cara do que com o vison, como qualquer aluno de 5 a Educação Visual faria... ou não. Depois do modelo ter ou não boa cara eu decidia se era digna de envergar uma fabulosa criação copiada de um modelo das últimas páginas da TV Guia ( obrigado Marianela Gusmão pelos anos de cultura chiffon e tweed). Após minutos de luta com as proporções da cara a 3/4 e múltiplas escavações com borracha e lápis H lá consegui chegar a um consenso com o desenho e preparava-me para proseguir na escolha do tipo de gola do casaco quando... eis senão quando, a senhora do croqui a passear-se em plena Bond Street se desvendou com traços familiares. Era a boca, aquela boca não era uma boca qualquer. Era a boca da Joan Collins!
Entre maneirismos e cópias a papel químico dos antigos boletins do totobola eu tinha conseguido SÓ através do lápis captar os traços da cara de alguém real. E ainda por cima era de alguém conhecido! A minha mãe e irmã concordaram. Escusado será dizer que o vison saiu uma merda, os sapatos salvaram-se porque saíam sempre bem e a montra ficou uma janela de traços tortos a reflectir a bandeira Francesa (oops, afinal não era Bond Street), que a colocavam a passear NA capital da moda. Mas isso não interessava nada, eu tinha desenhado a Joan Collins!!!
Nunca mais consegui o mesmo, nem mesmo no surto de protagonismo pré-adolescência que me fez criar um guarda-roupa para a Madonna, sim, porque os grandes quando desenhavam para as estrelas faziam croquis com a cara dos artistas.
Graças a um milímetro no traço não calculado por parte do meu cérebro vi que podia desenhar a cara de quem quer que fosse... olha-me a fé que seria desenhar a Kylie da altura num croqui para saia balão. Mas nada feito, nunca mais... mesmo a Madonna só se reconhecia pelo sinal que tinha na cara.
Moral da história? Há quem procure o sorriso da Mona Lisa, o meu é o da Joan Collins, mais ou menos retocado, consoante o número de plásticas. Convém é não pensar muito, se calhar já o desenhei e não dei por isso mas gosto de o procurar de vez em quando.

1 comentário:

Anónimo disse...

meu querido, quase chorei lágrimas de saudades. Entãaaaaooooo era isso que andavas a tentar fazer!!!! sim, porque aquelas fuças de bola de ping pong com uma cruz rachada ao meio nunca convenceram ninguém!